Nos diversos órgãos do nosso corpo, as células estão constantemente se reproduzindo pelo processo chamado mitose (divisão celular), em que uma célula adulta se divide. Assim, durante anos, ocorrem crescimento e renovação de células. Quando há um descontrole da mitose, algumas células reproduzem-se anormalmente, desencadeando o aparecimento de massas celulares chamadas neoplasias (tumores).
Tipos malignos
Nas neoplasias malignas, o crescimento celular é mais invasivo, descontrolado e rápido; as células originadas não são semelhantes àquelas que lhe deram origem. Tem a capacidade de abandonar o tecido de origem e possivelmente invadir outros tecidos, o que caracteriza a metástase, um principal indicador de malignidade.
De um modo geral, o câncer apresenta-se como um nódulo. Os tumores malignos da mama são classificados conforme as características de suas células e a relação com os tecidos ao seu redor. Nas fases muito iniciais, ainda sem a presença de nódulos, as alterações do tecido provocam o acúmulo de cálcio e podem ser identificadas pela mamografia como um agrupamento de calcificações. As chamadas microcalcificações e agrupadas podem indicar o câncer em fase muito precoce.
Quando as células estão anormais e não existe quebra das suas membranas ou seja, não existe invasão de tecidos, o carcinoma é chamado de in situ. Se as células são provenientes dos ductos o carcinoma é dito ductal e se oriundas em lóbulos mamários chama-se de carcinoma lobular. Havendo quebra da barreira entre as células acrescenta-se a denominação invasor.Resumindo, o câncer ou carcinoma de mama, pode ser ductal ou lobular, in situ ou invasivo, cada qual com suas características próprias influenciando o comportamento clínico e a decisão quanto ao tratamento a ser adotado.
O carcinoma in situ – É quase sempre detectado em fase sub-clínica, por meio de mamografia, e pela presença de micro calcificações ou distorções dos tecidos, antes mesmo da formação de nódulos. O correto tratamento atinge índices de curabilidade próximo de 100% e é baseado na retirada de amplo setor da mama afetada ou da mastectomia subcutânea, onde se preserva a pele e substitui a glândula mamária por uma prótese de silicone, seguida de radioterapia e hormonioterapia, conforme análise da retirada cirúrgica e as características específicas do tumor.
O carcinoma ductal in situ – Consiste de células epiteliais malignas confinadas aos ductos mamários, sem evidências microscópicas de invasão do tecido circunjacente. É dividido em cinco subtipos arquiteturais: comedocarcinoma, papilífero, micropapilídero, cribriforme e sólido.
Tipo comedo – podem atingir tamanhos relativamente grandes e tornarem-se palpáveis. Histologicamente são constituídos por células tumorais grandes, pleomórficas e hipercromáticas de crescimento sólido ocupando os ductos, exibindo numerosas figuras de mitose, em meio a tecido conjuntivo escasso. A necrose, que costuma sofrer calcificação, é detectada na mamografia como aglomerados ou microcalcificações lineares e ramificadas. É comum a ocorrência de fibrose concêntrica periductal e inflamação crônica;
Tipo papilífero – Se iniciam em grandes ductos e correspondem a uma pequena porcentagem dos tumores de mama. Geralmente formam uma massa bem circunscrita ou pode se ramificar para dentro de vários ductos para envolver todo o segmento da mama;
Tipo micropapilífero e tipo cribriforme – são tumores bem diferenciados ou grau I, de baixo grau nuclear, constituídos pela proliferação de células epiteliais pequenas e uniformes, com núcleo central e redondo e com relação núcleo-citoplasmático aumentada. Estes tumores não estão associados à necrose;
Tipo sólido – são tumores bem circunscritos, constituídos por um único tipo e célula com considerável pleomorfismo e atividade mitótica aumentada, o núcleo é hipercromático, observa-se presença de necrose de coagulação.
Carcinoma ductal invasivo – infiltrante ou invasor é classificado de acordo com as variações morfológicas, que são inumeráveis, e o padrão de disseminação. Os CDI são tumores sólidos, firmes, pouco circunscritos, com bordos infiltrativos e de consistência arenosa. A superfície de corte é amarelada ou cinza-amarelada, com trabéculas irradiando na gordura adjacente, conferindo ao tumor um aspecto estrelado ou espiculado. Algumas vezes estes tumores podem ser delimitados, redondos, lobulados ou multinodulares.
Tipos benignos:
Dentre as doenças benignas com indicação de tratamento clínico ou cirúrgico destacam-se:
Mastalgia (dor mamária) – A mastalgia é o principal motivo da consulta na área da mastologia. A preocupação e o medo que a dor mamária possa estar associada ao câncer mamário, infelizmente faz com que muitas mulheres sejam orientadas de forma equivocada.
Mastite – Infecção da glândula mamária. Pode ser dividida em dois grupos: a mastite puerperal (relacionada à amamentação) e a não puerperal.
Biopsia de nódulo – A cirurgia para retirada (extirpação ) de nódulos mamários benignos vem sendo cada vez menos praticada em nossos dias. O avanço tecnológico e a maior segurança nos exames de imagem associados as punções nos permitem o simples acompanhamento de muitas pacientes. As abordagens cirúrgicas do nódulo mamário benignos podem ser feitas em duas situações: 1. Quando a paciente indicar; 2. Quando no acompanhamento o nódulo crescer ou houver alteração da forma (morfologia) nos exames de imagem.
Descarga papilar – A descarga papilar provocada em ambas as mamas, aquela encontrada durante a expressão papilar, é um achado muito comum em mulheres adultas. Porém, a descarga papilar espontânea (aquela percebida sem ter-se feito a pressão digital), apenas em uma mama e de coloração cristalina ou com sangue, deve ser sempre investigada por um mastologista.
Abscesso subareolar recorrente – Quadro inflamatório crônico e que com freqüência está associado à fístula na pele da região periareolar. Este quadro é mais comumente encontrado em pacientes fumantes. Importante destacar é que o tratamento dessa alteração é cirúrgico.
Fonte: Fundação Laço Rosa