Conheça as doenças provocadas pelo excesso de sal no organismo

O excesso de sódio – substância que compõe o sal de cozinha – é o típico vilão que, em pele de coadjuvante, atrapalha a vida de muito mocinho sem que eles nem mesmo percebam. Ele está por trás da hipertensão arterial, de pedras nos rins e da insuficiência renal, aumenta as chances das doenças autoimunes, agrava a osteoporose, afeta o paladar e acelera o envelhecimento.

Esses são ótimos motivos para você maneirar no consumo de sódio, que não está apenas no sal branco, mas nos alimentos industrializados, mesmo os doces. De acordo com o angiologista e cirurgião vascular Eduardo Favéro, o ideal é consumir, no máximo, dois gramas de sódio, o que equivale a aproximadamente cinco gramas de sal de cozinha (uma colher de chá), por dia.

Tanto que, na semana passada, o Ministério da Saúde e a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abi) firmaram o quarto acordo, desde 2011, para a redução da quantidade de sódio em alimentos industrializados no país. Segundo estimativas do governo, aproximadamente 11,3 mil toneladas de sódio deixaram de ser adicionadas aos alimentos produzidos pela indústria nacional em dois anos. A meta é que este número chegue a 28,5 mil toneladas. Além disso, esses resultados vão atuar diretamente em outra taxa importante: reduzir a mortalidade prematura, ou seja, de quem tem menos de 70 anos, por doenças crônicas não transmissíveis, em 2% ao ano.

Veja abaixo problemas que você pode ter sem saber que o sal é um dos motivos e entenda quão importante é cortar o excesso de sal de sua vida.

  1. Hipertensão: Segundo o estudo Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2012, praticamente um quarto dos brasileiros (24,3%) é hipertenso. Fábio Cardoso, especialista em Medicina Preventiva, explica que o sódio em excesso aumenta a capacidade sanguínea de “puxar” líquidos dos tecidos para o sangue. “O organismo, numa tentativa de preservar o equilíbrio e normalizar a falta de água nas células, aumenta a pressão arterial para tentar ‘irrigar’ melhor os tecidos”. Eduardo Fávero explica que a hipertensão deve ser atestada por um cardiologista. “Na maioria das vezes o controle no consumo de sal é suficiente para reverter os malefícios, porém, após muitos anos de pressão alta já há lesões irreversíveis em alguns órgãos”.
  2. Problemas nos rins: Quando o consumo de sódio é muito alto, o rim – responsável por excretar a substância – pode ficar comprometido. “O rim tem uma capacidade limitada para filtrar e excretar o sal. A hipertensão é uma das principais causas de doença renal crônica. Além disso, ingerir muito sal aumenta os riscos de cálculo renal”, diz Fábio.
  3. Osteoporose, perda de paladar e doenças autoimunes: De acordo com o especialista em medicina preventiva, “novas pesquisas demonstraram que o sal não somente regula os fluídos corporais e a pressão arterial, mas também afeta o sistema imunológico e a formação e dissolução óssea, além de alterar o paladar”
  4. Envelhecimento: A desidratação celular provocada pelo excesso de sódio é um “tiro no pé para qualquer célula”, segundo Fábio. Ela deixa o metabolismo celular mais lento, até que, eventualmente, ela morre. E isso pode gerar o envelhecimento precoce.
  5. Taxa de mortalidade: De acordo com Fábio Cardoso, uma recente pesquisa publicada no New England Journal of Medicine mostrou que o consumo exagerado de sal aumenta a taxa de mortalidade. “Diminuindo meia colherzinha de chá de sal por dia, aconteceriam 92 mil mortes a menos por ano nos Estados Unidos”. Então, mudar este hábito pode fazer muita diferença. Cuidado com sal, temperos prontos, molhos, congelados, doces industrializados, embutidos e churrascos para não salgar, também, seus planos de viver saudável.

Fonte: GNT