Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica mostram que os implantes de silicone mamário são as cirurgias mais procuradas, estando em segundo lugar no ranking das cirurgias plásticas (perdem apenas para a lipoaspiração). As próteses mamárias, porém, já não são mais as únicas escolhidas.
Atualmente, são realizados implantes para aumento de glúteos, panturrilhas, coxas, bíceps e tórax. Além de implantes faciais, como o do queixo (mento), das maçãs do rosto (malar) e do dorso nasal.
Os implantes de silicone também são utilizados em cirurgias reparadoras – em pacientes que sofreram algum tipo de acidente, por exemplo –, cirurgias de reconstrução da calota craniana pós-trauma, ou em cirurgias de reconstrução mamária – em que são usados implantes definitivos ou infláveis.
Quais os tipos próteses?
“O silicone, ou dimetilpolisolixano, ainda é um dos melhores materiais para a fabricação de implantes, servindo não só para fins estéticos, mas também para a reconstrução de algumas regiões do corpo”, afirma o cirurgião plástico do Einstein, Dr. Juvenal Frizzo Neto.
A prótese de silicone pode ter vários formatos e densidades variáveis do gel. Pode ser sólida (para ser incluída no queixo); de gel com revestimento de silicone liso; texturizada (mais usadas) ou revestidas de poliuretano, que podem ser utilizadas em mamas, glúteos, panturrilhas etc.
“Hoje, as próteses têm uma longevidade maior quando comparada às antigas, que tinham uma vida útil de mais ou menos dez anos. E sua troca é indicada somente quando surgirem alterações de ordem física e ou radiológica (ultrassom e mamografias, por exemplo)”, explica.
Quando e quanto silicone é possível ser implantado?
De acordo com o cirurgião plástico, após os 18 anos a paciente já esta apta a receber um implante de silicone mamário, desde que haja indicação, pois a partir desta idade a menina já tem a sua constituição corporal formada.
“A cirurgia só é sugerida a garotas mais novas em casos específicos e se elas apresentarem maturidade e desenvolvimento corporal comprovados em avaliação médica. A quantidade (volume) de silicone a ser colocada na mama deve estar em harmonia com a estatura, peso e tamanho do tórax da paciente. As pessoas não devem ser influenciadas por modismos, pois num futuro próximo, quanto maior for o tamanho da prótese, maior poderá ser a tendência de flacidez nos seios”, alerta o Dr. Frizzo Neto.
Técnicas cirúrgicas
Sobre a localização das próteses mamárias, o silicone é colocado de duas maneiras: na frente do músculo peitoral, ou atrás do músculo peitoral. Isso vai depender do volume mamário da paciente, do tipo de pele e da técnica preferida pelo cirurgião. Em relação às vias de acesso, a prótese pode ser colocada pelo sulco submamário (mais comum), pela região periaerolar (em volta da aréola) ou por via axilar.
O implante de silicone nas pernas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, começou a ser utilizado no Brasil na década de 80 com o objetivo de melhorar o aspecto das sequelas da paralisia infantil (poliomielite). Atualmente também é indicado para quem tem pernas finas ou tortuosas, que podem ou não formar um vão entre elas. Nesses casos, o silicone é colocado na parte interna das coxas, na panturrilha e no tornozelo.
A prótese de silicone também é usada por pessoas que querem aumentar ou mesmo corrigir os glúteos. As próteses são colocadas na porção alta das nádegas, por meio de uma incisão única e mediana.
A cirurgia plástica de prótese de silicone no queixo é indicada para casos em que as pessoas apresentam o que se denomina de hipomentonismo, que é o queixo retraído. Pode ser realizada tanto por incisão externa – abaixo do queixo (via submentoniana) – quanto por dentro da boca – entre a gengiva e o lábio inferior (via vestibular).
Existem também cirurgias de implante de silicone para o nariz (alternativa apenas para casos selecionados, quando o paciente necessita de projeção de dorso e ponta), para os testículos (para pacientes que tiveram que tirar um ou ambos testículos em razão de alguma doença) e para o pênis.
Riscos cirúrgicos
De acordo com o cirurgião plástico, toda e qualquer cirurgia plástica deve sempre ser feita, de preferência, em ambiente hospitalar ou em clínicas especializadas, desde que estas apresentem os suportes técnicos e médicos para todo o processo cirúrgico e ou eventuais intercorrências.
“O choque anafilático (uma reação alérgica a algum tipo de substância ou medicação), por exemplo, pode resultar de uma reação adversa. Por isso a importância de estar em um ambiente que possua suporte médico completo”, afirma Dr. Frizzo Neto.
Os riscos são os mesmos de outros tipos de procedimentos cirúrgicos, sendo necessário o paciente realizar todos os exames pré-operatórios de rotina.
O uso de drenos ou não e o tipo de anestesia – local mais sedação, bloqueios ou geral – são variáveis e também dependem exclusivamente da indicação do cirurgião e do estado do paciente.
Cuidados pós-cirúrgicos e sequelas
O paciente que se submete a cirurgias deste tipo precisa de repouso, em média, de 15 a 30 dias nas áreas operadas, sobretudo de membros superiores (braços) se for uma prótese mamária.
O retorno às atividades físicas do dia a dia acontece em duas ou três semanas, na maioria das vezes, e às intensas, somente após 30 dias da operação.
“A cicatrização ocorrerá de forma definitiva num prazo de seis meses a um ano. E as drenagens linfáticas e massagens num pós-operatório precoce irão variar de acordo com cada caso e com a conduta do médico”, explica o cirurgião plástico.
Como em toda e qualquer cirurgia, podem existir intercorrências de ordem médicas imediatas (hematomas ou sangramentos precoces, infecções) ou tardias (endurecimento da prótese, rejeição ou uma insatisfação de resultados por parte do paciente). Isso implica desde a expectativa do paciente quanto ao tamanho e/ou forma da mama, cicatrizes e/ou alterações estéticas do ponto de vista da técnica utilizada.
“Quanto à sensibilidade, o normal é uma boa evolução sem qualquer tipo de alteração. Existem, porém, relatos na literatura médica de casos de diminuição ou de perda parcial ou definitiva da sensibilidade da aréola, do mamilo e/ou de regiões próximas, que pode estar relacionada ou não à técnica utilizada. Porém, do ponto de vista estatístico, não temos números que comprovem tal afirmação”, explica o médico.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, os estudos relacionados à cirurgia de silicone são contínuos. O implante de silicone não tem correlação com o aumento de patologias do colágeno, como reumatismos e artrites, ou com o aumento de doenças mamárias. Também não interferem nos controles radiológicos. E não existem contraindicações à gestação e à amamentação.
“A paciente que se submete ao implante mamário, por outro lado, deve fazer seus exames preventivos de rotina, de acordo com orientação médica”, finaliza o Dr. Frizzo Neto.
Fonte: einstein.br